Por que somos o que somos?
Estava pensando:
Por que somos o que somos?
Estava pensando:
Por que somos o que somos?
Por que é tão difícil mudar nossa forma de ser?
Por que somos tão diferentes se partimos do mesmo princípio?
Quando nascemos, somos seres indefesos e totalmente dependente dos cuidados da mãe, não sabemos o que nos aguarda. Após uma relação sexual inicia-se a concepção, a gestação e o nascimento. Assim acontece com todas as pessoas e, dentro desse processo tão parecido, o que nos torna tão diferentes?
Seria pertinente dizer que de um conjunto de situações oferecidas pelo meio, nos formaremos e nos tornaremos aquilo que somos, farão de nós o que somos, e muitas vezes o que farão de nós não nos agradará nem um pouco.
Há quem venha para sofrer maus tratos logo após o nascimento, há quem nasça na pobreza, há quem não tenha amor, há quem seja fruto de estupro, há quem seja esperado e planejado, há quem seja amado, há ainda, aqueles que não passam por nenhum tipo de privação, contudo, partimos de um mesmo princípio, porém, em situações diversas.
Somos fortes! Somos fracos! Somos Sutis!
Seria muito importante que os jovens fossem preparados para exercer o papel de mãe e papel de pai, a fim de que possam compreender que ter filhos envolve dar amor, atenção e dedicação; o despreparo acompanhado do desamor trás consequências ruins para a sociedade e não deveria ser permitido a ninguém o poder de estragar a vida do outro e fazer pequenos seres sofrerem, tornando-se adultos psiquicamente doentes.
Nossa modelagem deveria ser estrategicamente pensada, visando sempre o bem estar, são redes neurais que se formam para uma vida, imagino como se fossem letras escrevendo a história de cada um, de uma forma profunda e permanente.
Bebês precisam de Mãe! Mãe que Ame, que Amamente, que Proteja e que se Dedique à vida que fez.
Depois que nascemos estamos sujeitos a qualquer situação
O sofrimento, os maus tratos sofridos na infância podem gerar maldade, descaso, desamor por si e pelos outros, podem gerar uma forma de pensar e agir irascível. Daí vem a baixa autoestima, a insegurança a desconfiança.
Todas essas experiências ficarão guardadas no subconsciente e farão as pessoas agirem a partir delas, é como se o fantasma delas ficassem permeando o mundo mental da pessoa e decidindo as suas ações, mantendo sempre o mesmo padrão de pensamentos, os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes. Para um bom observador o comportamento dessas pessoas chegam a ser previsível, quando elas estão esbravejando, basta olhar com atenção que por trás de suas ações encontra-se a criança largada, maltratada e mal amada
A pessoa que foi mal amada na infância, está sempre culpando os outros pelos seus infortúnios, sempre tem alguém que a persegue ou que tem algo contra ela, essas pessoas sentem inveja do sucesso dos outros e acabam cometendo erros gravíssimos, normalmente tem caráter duvidoso, pois escondem dentro de si uma sombra horrorosa.
E ignorando o que se passa dentro de nós fica muito difícil mudar a nossa forma de ser.
Tive o desprazer de trabalhar na educação com uma pessoa que foi muito maltratada pelo pai na infância, tornou-se um superior insuportável, repetia em suas ações aquilo que havia sofrido, digno de pena. Infelizmente ele chegou à educação, quando deveria estar nas forças armadas, pronto para erradicar o inimigo, compreendo que essas pessoas foram vítimas, mas deveriam se tratar para o convívio corporativo, aprender a conviver antes de jogar suas mazelas naqueles que não tiveram nada de culpa pelos erros de seus pais.
A educação deve ser interdimensional, trabalhar com o sócioafetivo na atualidade é imprescindível, sem essa dimensão o cognitivo fica comprometido, a pessoa pode até aprender e ser inteligente como o meu superior, mas ela age como se não fosse gente, pois não tem o socioafetivo desenvolvido, a raiva que ele sentiu do pai, irá descontar nas pessoas. Daí a importância de conhecer-se, para haver o equilíbrio dessas dimensões do ser humano, para que além de ter o intelecto desenvolvido ele possa conviver em harmonia com os pares e com a equipe, sem fazer da vida de todos um inferno.
Estamos vivendo num tempo em que muitos despreparados querem ter filhos, acreditando ser normal terceirizar esse trabalho, um dos motivos que faz da escola um espaço conflituoso com crianças perdidas, sem afeto, sem olhar, sem afago.
Em breve teremos que dar atendimento psicológico aos nossos alunos, o mundo mudou muito nos últimos 200 anos, mas o ser humano não acompanhou, seus pensamentos ruins, suas emoções, suas deficiências continuam no controle de suas vidas. Sem o autoconhecimento, sem o domínio do mundo mental e de seus pensamentos a tendência é que o sofrimento e a maldade continuem ganhando maior destaque nas ações e no comportamento das pessoas, fazendo de nosso planeta um campo de guerra.
A criança é tão sútil, veio para ser amada protegida, acariciada, orientada.
Me sinto realizada quando consigo ver o brilho nos olhos de meus alunos quando falo para eles do autoconhecimento, do mundo interno, do poder de escolhermos os nossos pensamentos e criar nossa realidade através de um Projeto de Vida Pessoal, como também, sobre a importância do conhecimento, dos estudos para que possamos ressignificar e perdoar as falhas de nossos pais na nossa criação, e a partir de então, tomarmos nas mãos a responsabilidade pela nossa história, pela nossa vida, pelo nosso bem estar e o de toda humanidade, levando-os a acreditar que o futuro, que a paz e a superação da humanidade começa dentro de cada um de nós, principalmente quando fomos afortunados e tivemos alguém para nos amparar na nossa infância, esse primeiro amor e aceitação farão do pequeno ser um grande ser humano.
"Ensina a criança o caminho que deve andar e mesmo quando for velho, não se desviará dele" (Provérbios 22,6)